Há muito tempo me incomodava o fato que ao ouvir falar do agro, apenas os grãos eram lembrados. É louvável o desenvolvimento da produção grãos, em especial de soja e milho no país, reconhecemos o movimento de negócios que ele promove e, sem dúvida, este setor representa boa parte do agronegocio brasileiro.
Neste ano o Brasil comemora mais um recorde na produção de grãos, cerca de 232 milhões de toneladas, e desde o início do ano o governo vem destacando este fato em suas comunicações. Inclusive recentemente divulgou a super safra de grãos como responsável pelo crescimento do PIB no primeiro trimestre de 2017 em comparação com o último trimestre de 2016.
Contudo, o agro não é somente grãos, a cadeia é extensa e não podemos esquecer da cana-de-açúcar, da carne, do leite, café, dos produtos florestais, da laranja etc. Desde o início do ano os membros do Forum Nacional Sucroenergético – FNS – tem externado a diversos representantes do ministério da agricultura o incomodo de ver a grande produção de cana não ser lembrada nos discursos e comemorações do sucesso do agro no Brasil.
Pois bem, durante o lançamento do Plano Agrícola Pecuário 2017/2018, o excelente Ministro da Agricultura Blairo Maggi em seu discurso lembrou que o Agro movimenta anualmente cerca de 1,2 bilhão de toneladas de produtos em todo o Brasil, destacando todas as cadeias deste importante setor da economia brasileira.
A mudança de discurso é importante por dois motivos. Primeiramente demonstra a grandeza do agro no Brasil, afinal quantos equipamentos, combustível e mão de obra não são necessários para realização desta enorme operação logística de armazenamento e transporte, gerando negócios, oportunidades, emprego e renda para milhares de pessoas.
Em segundo lugar, chega-se a conclusão que o setor de cana, pelo menos em movimentação de carga, representa mais da metade do agro brasileiro, com uma de produção em torno de 650 milhões de toneladas.